Guia de Raças

Cavalo Crioulo: Um símbolo gaucho



"Pampa de São Pedro: Grande Campeão da Prova Freio de Ouro 2010"


Há quase 80 anos, data de fundação da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o cavalo nativo das coxilhas passou a ser enquadrado dentro de um standard racial determinante para o que se pode chamar de fórmula ideal. Além das características fundamentais de qualquer cavalo de sela do mundo, os crioulos despertam para as mais aprimoradas lidas do campo, além de adjetivos específicos capazes de impressionar desde homens campeiros até os aficionados por lazer e natureza. Universalização que serve como ponto-chave para a união dos interesses mais distintos e geografias distantes. Abriram-se as porteiras e os cavalos típicos do sul são também referência em 22 estados brasileiros, além de 12 países.
O cavalo crioulo brasileiro melhorou tanto na morfologia como na habilidade funcional. Aliou beleza e aptidão para qualquer prova que exija agilidade, coragem, movimentos rápidos e obediência. A mudança começou há três décadas, junto com a chegada de reprodutores importados do Chile que cruzaram com éguas de origem argentina, uruguaia e rio-grandense.
As características morfológicas, hoje, se encaixam perfeitamente à funcionalidade. Extremamente forte e saudável, suporta condições climáticas extremas e até um mínimo de alimentação. No trabalho com o gado é imbatível. Sem dúvida, a mais rústica das raças equinas criadas no Brasil.



"Alcina 441 Maufer, a fêmea Grande Campeã da Prova Freio de Ouro 2010"


Características
O peso varia entre 400 e 450 quilos e a altura média é de 1,45 metro tanto para machos como para fêmeas. Um produto com silhueta harmônica, equilíbrio perfeito e pelagem que aceita praticamente todos os tipos, com o predomínio da clássica gateada.
O temperamento dócil, que salienta coragem e vivacidade chama a atenção até dos mais leigos no assunto. É educado num galope especial, curto, porém, continuado, que permite fazer quilômetros por dia.
A longevidade pode ser considerada como uma das características mais marcantes da raça. É um cavalo que começa a ser usado aos três anos e trabalha até depois dos 20, havendo, inclusive, registros de animais em atividade até os 30 anos e, comumente, éguas parindo até os 25.

Funcionalidade
As provas funcionais tiveram o poder de lapidação na morfologia da raça. A principal delas, o Freio de Ouro, testa todo o potencial e a habilidade do cavalo. Sem dúvida a prova mais completa, em que o animal é exigido em andaduras, giros, esbarradas, apartação do gado e paleteada.
Além do Freio de Ouro, o cavalo crioulo é um animal perfeitamente adaptado às diferentes exigências esportivas. Destaca-se em todas as provas onde envolva gado, como paleteada, tiro de laço, campereada e, mais recentemente, na vaquejada.
Em matéria de força, energia e vigor, a marcha de 750 quilômetros, maior prova de resistência equina do mundo, atesta a capacidade de recuperação e rusticidade do cavalo crioulo. Assim como o enduro, uma verdadeira competição física, onde cavalo e cavaleiro buscam a superação dos seus limites de resistência, velocidade e capacidade de recuperação frente a obstáculos naturais, terrenos e distâncias variadas.

Expansão
O cavalo que virou símbolo do gaúcho está longe de ser exclusividade dos pampas. Hoje, a raça se faz presente em todos os recantos do Brasil. Prova disso são os registros de crescimento de 25% no número de animais cadastrados de um ano para o outro nas regiões extrassul. No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná o aumento foi de 21%.
Ainda assim, o Sul permanece como o maior criador da raça.
Dos mais de 255 mil cadastrados de todo o país, 84,36% estão no Rio Grande do Sul, 5,35% em Santa Catarina e 4,91% no Paraná.
Expansão que extrapola o limite do território nacional. Além do Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Estados Unidos,Canadá, México, África, Alemanha, Itália e França também utilizam o cavalo que congrega características exclusivas de quem prioriza qualidade.

FONTE: Assessoria de imprensa-ABCCC